Compasso da Vila
Renato Forin Jr.
A gente acorda até antes do galo
com preguiça e lentidão
pra mais um dia de trabalho.
Aqui toda a Vila é sem eira nem beira,
mas se agarra na ilusão
de chegar logo a sexta-feira.
Os hómi olha a Dita, bendita, bonita,
e, no barraco, as muié
aguenta o bafo da birita.
Mas dama, na lama, faz drama, se inflama,
espera o ronco começar
pra se deitar em outra cama
Na Vila de Vera Cruz,
amor roubado é besteira,
não passa de brincadeira
pra malandro se aprumar.
Cabra correto
aprende logo a ser esperto
e, se vê o outro por perto,
dá um sumiço na mulher.
A gente nem dorme e se morde e sacode
até o dia despertar,
na Vila, é samba e pagode.
Aqui bom sambista é o rei da vadiagem
e ninguém ousa destronar
quem pra alegria dá passagem.
VOZ: Tonho Costa
VIOLÃO: Rafael Fuca
PERCUSSÃO: Duda de Souza
DIREÇÃO MUSICAL: Sara Delallo
PRODUÇÃO DE ÁUDIO: Luciano Galbiati


