Livros
Box de livros "Teatro fora da caixa"
Coleção Teatro fora da caixa
O box Teatro fora da caixa reúne, em cinco livros, a dramaturgia concebida até o presente por Renato Forin Jr., todas já encenadas. Dentre as características marcantes de sua escrita está o lirismo, o diálogo contemporâneo com mitos da tradição ocidental e afrodiaspórica, a metalinguagem, os atravessamentos performativos por meio de sugestões desestabilizadoras em falas e rubricas, além da persistência do tema da morte.


A caixa traz edições revistas e atualizadas de Samba de uma noite de verão, sua primeira dramaturgia, contemplada com o Prêmio Jabuti (2017) e Prêmio Outras Palavras (2021); OVO (Prêmios Literários da FCP), e Carne viva (primeira obra a reescrever Ödön von Horváth no Brasil). O box contém ainda os inéditos Olhos nos olhos, peça montada pelo tradicional grupo Boca de Baco, na comemoração dos seus 30 anos, e A vida é um dia (e outros dramas menores), com peças curtas produzidas com artistas de diferentes linguagens. Os livros trazem fotos dos espetáculos, códigos QR para acesso multimídia de canções autorias e vídeos, planejamento gráfico interativo e textos analíticos de especialistas. O projeto foi aprovado pelo PROFICE – Programa de Fomento e Incentivo à Cultura do Estado do Paraná, com apoio exclusivo da Copel – Pura Energia
Samba de uma noite de verão
Coleção Teatro fora da caixa
Samba de uma noite de verão é uma metáfora da formação do Brasil. A peça musical se passa na Vila de Vera Cruz e em uma floresta contígua a essa comunidade periférica. Enquanto toda a gente se prepara para o casamento de Teseu, dono de todos os barracos, dois casais vivem os conflitos do amor proibido. Hérmia deve unir-se a Demétrio, mas prefere Leandro, talentoso sambista. Helena, melhor amiga de Hérmia, deseja o primeiro.




Os desencontrados jovens fogem para o bosque, onde não imaginam que os orixás Oxum e Ossaim estão em duelo. É Aroni – saci fiel ao deus africano, designado com uma infusão mágica do amor – quem vai promover uma série de repentinas paixões. Enquanto isso, um grupo de trabalhadores de diferentes origens, com sua música de sotaques, prepara um espetáculo nada convencional da lenda indígena Tamba-Tajá para a festa. Temas que forjam o país, como as misturas étnico-culturais, a violência simbólica, a demagogia dos líderes, os amores tropicais e a alquimia de transformar dor em humor e prazer – tal qual o samba – atravessam esta reescritura de Shakespeare à brasileira.
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Ovo
Coleção Teatro fora da caixa
Uma viagem familiar rumo às raízes. OVO conta a história de Édipo e Electra, irmãos que passaram a juventude no campo e se reencontram na cidade em um momento decisivo: a morte da mãe. Revolvendo lembranças e projetando futuros, os personagens refletem sobre a fragilidade dos afetos diante de circunstâncias extremas, como a passagem do tempo, o desaparecimento de quem se ama e a ausência de resposta para quase tudo o que realmente importa.




Os amores e ressentimentos da infância vêm à tona num embate potente entre os dois mitos, reinventados a partir do inesperado laço fraterno e atualizados com humanidade cotidiana. Sob influência psicanalítica, o texto desenha arquétipos da maternidade e da paternidade em suas complexas relações com filhos e filhas, que acabam definindo os percursos e as repetições na vida adulta. A trama trágica é apresentada de modo fragmentado, numa dramaturgia que se alinha a características formais do drama contemporâneo, na medida em que intercala monólogos interiores, narrações, atravessamentos líricos e reflexões metateatrais.
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Carne Viva
Coleção Teatro fora da caixa
Carne viva é uma história sobre a fome e outros vazios. Uma mulher chamada Elisabeth, desempregada e faminta, no ápice do desespero, toma uma decisão: para continuar vivendo, vai até um instituto de anatomia e oferece à venda o seu próprio corpo para estudos, depois que morrer. A partir da atitude dialética, a protagonista passa por uma série de instituições e atores sociais que desnudam as estruturas de poder, a desumanidade das relações, o jogo de interesses pessoais e coletivos, a máquina cíclica entre oprimidos e opressores.




A trama se passa nos cômodos do abatedouro do mundo, num tempo de crise social e humanitária, que antecede os regimes de força. A exceção se torna regra. Carne viva é uma tenebrosa miragem de gente clamando por ossos nas filas dos açougues e frigoríficos. De ossos de gente lançados em valas comuns. De vermes clamando por gente. É sobre como a sociedade e a política se alimentam da morte para continuarem vivas. Lançada em 2022, a peça é uma reescritura livre, a primeira transcriação no Brasil da obra do autor austro-húngaro Ödön von Horváth, que produziu no período entreguerras e foi perseguido pelo nazismo.
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Olhos nos olhos
Coleção Teatro fora da caixa
Antigos amigos de um grupo teatral, que não se veem há tempos, são convidados a um encontro definitivo, no qual uma notícia incontornável será revelada. Imersos em um tempo de exceção, ruína e isolamento, reúnem-se em um velho teatro e tentam romper o constrangimento do reencontro, entre taças de vinho e memórias. Como recomeçar depois de uma grande tragédia pessoal e coletiva? Como encontrar algum sentido heroico na nossa vida cotidiana e frágil?




Eles seguem as pistas de misteriosas cartas escritas em braile e acabam encontrando, em suas trajetórias pessoais e anônimas, a dor e a delícia de figuras arquetípicas gregas como Narciso, Édipo, Antígona, Bacantes e Odisseu. Tirésias, vidente cego(a) e sábio(a), que atravessa todas essas fábulas, mudando a rota de mitos, é quem aponta os caminhos nessa jornada através da cegueira do mundo. Esta peça, feita de molduras e abismos, é uma homenagem ao ofício do ator, do aedo, do rapsodo, muitos deles cegos, como Homero e Demódoco, que iluminam plateias, fingindo outras vidas e ensinando a olhar para dentro.
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A vida é um dia
Coleção Teatro fora da caixa
A vida é um dia (e outros dramas menores) é uma coletânea de três peças curtas irmanadas pela interface da dramaturgia com outras artes, como o cinema, a música e a dança, e atravessadas por narrativas reais e ficcionais de um lugar: a cidade de Londrina, no Paraná, dividida entre conservadorismo e progressismo. Como convém a uma “literatura menor”, os discursos que ganham protagonismo aqui não são os do poder hegemônico, mas a contextura poético-política de vozes obliteradas.




Sem manjedoura é uma fábula de Natal, de terror, que coloca uma parturiente e seu bebê no centro de um desumano debate político-ideológico. A vida é um dia é um poema épico-dramático dividido em quatro partes, nas quais uma mulher idosa, num leito de UTI, revive regressivamente sua trajetória, que se confunde com a história de Londrina, até a colonização inglesa – vista aqui sob ótica nada ortodoxa. Por fim, Travessia é uma desmontagem que investiga a linguagem do Ballet de Londrina a partir da metáfora pessoana do “rio da minha aldeia”, que nasce num olho d’água recôndito e atinge outros continentes, sem deixar de ser nosso.
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